A rúbrica “O Empreendedor” regressa agora com um novo formato! Numa curta entrevista, poderá conhecer melhor os empreendedores apoiados pela DNA Cascais, onde nos irão contar alguns dos “porquês” que explicam onde estão agora na sua vida profissional.
Começamos com Diogo Machado, normalmente reconhecido pelo seu nome artístico e pela sua marca – Add Fuel.
Licenciado em Design Gráfico pelo IADE, Diogo começou por trabalhar em estúdios de design em Portugal, partindo mais tarde para Munique onde trabalhou durante oito meses.
Escolheu identificar-se pelo nome Add Fuel to the Fire quando começou o seu trabalho artístico, nomeadamente a Ilustração. Este nome surge por diferentes razões, entre elas, criar uma marca para si próprio, uma vez que trabalhava sozinho e queria ser identificado, e ainda porque queria um nome internacional e de fácil pronunciação, pois trabalhar no mercado internacional era algo que tinha em vista.
O nome em si vem de uma expressão inglesa que geralmente tem uma conotação negativa. Em português, assemelha-se à expressão “adicionar lenha à fogueira”, ou seja, pegar numa situação e torná-la pior, mas Diogo conta-nos que gosta de subverter temas e ideias e, por isso, acreditou que podia subverter este conceito através do seu trabalho. Contribuir para o mundo da arte e torná-lo mais incandescente foram as bases do pensamento que deu voz ao nome Add Fuel to the Fire.
Com o passar do tempo, começando a ter mais trabalhos e mais projetos, percebeu que o nome Add Fuel to the Fire era demasiado longo e por vezes “complicado” de transmitir. Isto porque, em diferentes momentos da sua carreira, Diogo viu o seu nome em cartazes e peças de comunicação ou todo junto numa palavra, ou com palavras perdidas como o “to” e o “the”, o que se tornou num problema de branding, e ainda porque maioria dos artistas têm nomes mais curtos, de quatro ou cinco letras, mais simples de trabalhar, comunicar e decorar.
Deste modo, o artista decidiu reduzir o nome para Add Fuel, ainda assim com duas palavras, mas significativamente mais pequeno. Esta redução fez com que o nome perdesse o significado original da expressão a que estava associado, mas ganhou outro, pois acabou por ser um nome mais generalista e aberto à interpretação de cada um.
Diogo conta-nos que a escolha do trabalho com azulejo foi “seminatural”, pois é algo extremamente vincado na cultura portuguesa. Recorda-se de ver estes elementos inúmeras vezes e em variados locais durante a sua infância e, ao crescer, foi sentindo algum fascínio pela utilização e pelo trabalho com padrões.
O primeiro trabalho que fez com azulejo foi impulsionado pela Jovem Cascais, em 2006, e consistia em fazer uma instalação temporária na Estação de Comboios de Cascais com uma tela que iria cobri-la. Na altura percebeu que tinha ali a oportunidade de juntar o seu trabalho mais baseado na ilustração com os azulejos, juntando assim os elementos com que trabalhava e a partir deles criar padrões associados à estética do azulejo.
Algo que o motivou a ter esta primeira experiência foi o facto de ser em Cascais, lugar onde nasceu e cresceu, pois o seu trabalho permite que viaje e visite vários países, mas o artista gosta e tem orgulho em identificar-se como sendo português e como sendo de Cascais.
Este trabalho, conta-nos Diogo, foi um momento de transição, onde o seu trabalho ficou direcionado para o azulejo, mas a sua arte e inovação não ficaram por aqui. Começou por trabalhar o azulejo e a explorar formas de transferir as técnicas que já dominava digitalmente para o trabalho em cerâmica.
Mais tarde, decidiu “retornar o azulejo à rua” e virar o seu trabalho para a arte urbana, o que, por consequência, trouxe também necessidade de cobrir grandes dimensões. Sendo o azulejo um material mais complexo e dispendioso, a utilização do stencil foi a solução que Diogo encontrou, acabando por então trabalhar dois mundos: o azulejo, em estúdio, para galerias e colecionadores, e a pintura, para intervenções urbanas e murais.
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