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DNA Cascais

Geração de Empreendedores com Talento – Conheça aqui as histórias reais

O projeto GET – Geração de Empreendedores com Talento foi distinguido no passado mês de dezembro com o prémio “Boas Práticas na Integração de Imigrantes”, pela Plataforma Imigração, da Fundação Calouste Gulbenkian. Apresentamos-lhe aqui dois casos reais de pessoas que, através desta iniciativa, estão a dar os primeiros passos para criar o seu micro-negócio.

Lançado pela Câmara Municipal de Cascais, juntamente com a DNA Cascais, o projeto GET tem uma forte componente de empreendedorismo inclusivo, o permitindo às pessoas romper com o ciclo de exclusão social. Foi lançado lançado em abril de 2010, com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das capacidades empreendedoras dos participantes. Para integrar o GET, os candidatos deveriam estar em situação de desemprego e morar num bairro social do concelho.

Passados quase dois anos, já é possível ver os primeiros frutos desta aposta: Adelaide Gomes e Clara Silva já estão a dar os primeiros passos para que os seus micro-negócios se tornem uma realidade.

Adelaide Gomes

adelaideSempre tive o sonho de ter um café. Quando apareceu o GET, achei que era a oportunidade perfeita e fui fazer a formação”. É assim que Adelaide Gomes explica como deu os primeiros passos no mundo do empreendedorismo.

E porquê um snack-bar? A resposta é imediata: “As pessoas dos bairros sociais, principalmente as de origem africana – como eu – gostam de estar fora de casa a conviver, comer, conversar. Por isso vão para os cafés. Para além disso, já tenho experiência na área da restauração. Trabalhei em restaurantes e cafetarias. E adoro cozinhar! Acho que onde há um bom petisco, uma boa comida e bom serviço, há sempre clientes e bom ambiente”, explica Adelaide.

Para esta angolana, participar no GET serviu para fortalecer ainda mais o seu espírito empreendedor. “Graças à formação tive certeza de que queria apostar no meu próprio negócio. A minha segurança e confiança foram limadas, perdi o medo que tinha e decidi dar o passo em frente”, afirma.

O snack-bar “O meu canto” vai nascer no Bairro da Torre. O espaço está, atualmente, em obras. Para além disso, juntamente com a DNA Cascais, Adelaide está em negociações com empresas locais para conseguir equipamentos, como micro-ondas, torradeira, tostadeira, mesas e cadeiras para o café, entre outros.

Atualmente Adelaide encontra-se desempregada, e por isso quer minimizar ao máximo os investimentos financeiros. E, tal como Clara, esta nova empreendedora de Cascais não se deixa abater pelas dificuldades: “Percebi que muitas vezes é na crise que surgem as oportunidades. Como surgiu para mim”.

Clara Silva

claraPara Clara Silva, o projeto GET surgiu como que caído do céu: “Aprendi muita coisa que não sabia. Como gerir um negócio, como apresentá-lo a  potenciais financiadores, como tratar os clientes… Hoje até já dou conselhos a conhecidos! Vejo muitas pessoas a fazerem negócios mas percebo que não têm a mínima noção do que é gerir. Por isso, participar no GET foi muito bom para mim”.

Clara quer montar uma pequena engomadoria na Adroana. Diz que já tem muitos clientes à espera que as portas abram, “porque neste bairro e nas redondezas não há nenhum negócio do género. Para além disso, já andei pelas ruas a distribuir folhetos”.

Mas para a microempresa arrancar, Clara, apoiada pela DNA Cascais, ainda tem que fechar algumas parcerias para conseguir uma tábua de engomar profissional e material para encapar a roupa, sem que o investimento saia do seu bolso, uma vez que está atualmente desempregada. Mesmo assim, não se deixa ir abaixo: “Quando entrei neste projeto foi a sério. Às vezes entristece-me ainda não ter o negócio aberto, mas sei que a espera vai valer a pena”.

Com a sabedoria de uma expert, explica que engomar é quase uma arte. “Quando trabalhamos para clientes, não passamos como se fosse a roupa lá de casa. É preciso uma tábua bem grande, ligada a uma caldeira a vapor, com um espaço apropriado. As peças têm que ficar muito bem engomadas, sem um único vinco… O cliente tem que olhar para a roupa e… não ter vontade de vesti-la para não amachucar!